Na Idade Média, acreditava-se que a loucura era consequência do crescimento de saliências ou tumores que se projetavam da testa: dois chifres retorcidos, talvez, expressando o inferno interior da loucura. Foi um tema recorrente na literatura da época, bem como inspiração de artistas que procuravam compreender a loucura através daquela imagem inquietante. Não por acaso, pintores como El Bosco, Van Hemesen e Bruegel se inspiraram na estranha metáfora, tentando compreender através dela aquela escuridão meridiana que habita a mente humana. Alejandra Pizarnik igualmente sonhou com a pedra da loucura para construir a imagem de sua dor. Provavelmente por isso, “A extração da pedra da loucura” (1968) é sua obra emblemática. A palavra como uma visão do eu que se oculta, que se bate e se perpetua, e também se despedaça, abrindo-se em dois lados sem nome que nunca se encontram. Uma ideia quase destrutiva, mas ao mesmo tempo perfeitamente compreensível para uma autora que, durante a maior parte da vida, contornou os limites da angústia e se valeu dela para criar. [O livro traz prefácio de Nina Rizzi e posfácio do tradutor Davis Diniz]
Informações sobre o Livro
Título do livro : Extração da pedra da loucura
Autor : Pizarnik, Alejandra
Idioma : Português
Editora do livro : Maíra Nassif Passos
Capa do livro : Mole
Ano de publicação : 2022
Quantidade de páginas : 144
Altura : 205 mm
Largura : 130 mm
Peso : 240 g
Data de publicação : 04-01-2022
Gênero do livro : Ficção