O erotismo, de um lado, e a pesquisa de formas literárias, do outro, são recorrentes na obra de Philippe Sollers. Aqui, ele faz um amálgama deste seu duplo interesse, ao escrever sobre Sade frente à Revolução Francesa, no ensaio-homenagem “Sade no tempo”, primeira parte do livro. Sobre este assunto, Sollers fez o seguinte depoimento a republique-des-lettres: “Desde que percebe que o cristianismo poderia ser substituído por outra religião, a do Ser Supremo, a da Deusa Razão, [Sade] polemiza imediatamente, seus insultos jorram. Hoje, após dois séculos de positivismo, de platitude racionalista, precisamos nos perguntar novamente o que é o erotismo. (…) As revoluções oriundas da Revolução Francesa cobriram o mundo de um manto de virtude, de pulsão de morte, ao passo que elas poderiam ter disseminado a liberdade a tudo quanto é lugar”. Já na segunda parte do livro, constituída pela longa carta destinada ao cardeal de Bernis, exilado em Roma e em quem tinha plena confiança, Sade denuncia com uma veemência toda especial a ideologia neoreligiosa da Revolução Francesa (o culto de Ser Supremo). Ainda mais que Sade sente que será preso ou mesmo morto pela justiça revolucionária. A carta era inédita até a atual edição e esteve em poder de Apollinaire, depois do escritor Maurice Heine e do editor Gilbert Lely, este último proibindo que fosse editada antes do bicentenário da Revolução Francesa.
Informações sobre o Livro
Título do livro : Sade contra o ser supremo
Autor : Sollers, Philippe
Idioma : Português
Editora do livro : Editora Estação Liberdade
Capa do livro : Mole
Ano de publicação : 2010
Quantidade de páginas : 104
Altura : 210 mm
Largura : 140 mm
Peso : 166 g
Tradutores : Machado Luciano Vieira
Gênero do livro : Biografia e histórias reais
Subgêneros do livro : Crítica literária
Data de publicação : 01-12-2010